"JAZ MORTO, E APODRECE"
Percorrendo-se as ruas de Mação, a determinadas horas do dia, não se topa vivalma, as casas em ruína, os telhados derrubados, os vidros partidos nas velhas janelas, buracos onde antes eram janelas, portas rebentadas, enfim, o caos. Nem gatos nem cães vagueando pelas ruas. Talvez a noite traga ratos e ratazanas. Apenas o céu é riscado por algumas aves. Lá no alto, bem no alto, um milhano perscrusta a vila abandonada em busca de alimento.
Pelo acaso da fortuna estaremos a visitar uma vila fantasma, questionamo-nos.
Vem-nos então à lembrança um verso de Fernando Pessoa do seu poema O Menino da sua Mãe, - "jaz morto, e apodrece," diz, o que bem caracteriza, infelizmente, o que é, nos dias de hoje, a vila de Mação.
Jonas de Vale Grou