PROCLAMAÇÃO
Crónica publicada no mensário VMT – Voz da Minha Terra, de Mação. Campanha eleitoral autárquica oblige. Apesar de ser um exercício da mais pura ficção, não restam dúvidas de que desejo, ardentemente, como qualquer maçanico que se preze, 35 anos depois de um avassalador poder laranja, que ele possa ser proferido pela candidatura socialista à Câmara de Mação liderada por Nuno Neto e Helder Oliveira. Chegou a sua hora . Boa sorte e, se possível, um pouco mais de audácia.
Peço-lhe que me acompanhe por alguns instantes numa pequena meditação. Não é pedir muito tendo em conta o tempo tantas vezes perdido em frente de um televisor, cavalgando telenovelas, vidas alheias, fugindo a assumir o papel principal na sua própria história de vida. Estou, imaginemos, estamos – eu, você, em suma, cada um dos milhares de leitores do VMT em si considerados - no dia 11 de Outubro, à noite, e o povo de Mação acabou de me eleger, de nos eleger, para Presidente da Câmara Municipal de Mação. Fomos eleitos na base de um programa e da confiança que os cidadãos em nós depositaram. O que vai seguir-se é, assim, uma Proclamação que visa relembrar e comprometer-nos perante todos.
Maçanicos, agora que fui eleito Presidente da Câmara, quero jurar solenemente a fidelidade ao principio de que para mim todos são cidadãos com iguais direitos e deveres e tudo farei para aprofundar, nos próximos anos, um relacionamento pessoal com todo o universo de eleitores e cidadãos residentes no nosso concelho o que me fará levar ao extremo recorrer a todos os meios para, porta-a-porta, telefone a telefone, telemóvel a telemóvel ou mesmo internet/vídeo conferência, perceber como vivem, o que sonham, o que sofrem e o que é a Câmara Municipal que, a partir de agora, dirijo, poderá fazer para vos tornar os dias mais leves, para tornar as decisões mais corresponsáveis, para ter, enfim, uma população que conhece não só o seu presidente mas que, através dele, à sua imagem, deseja conhecer-se entre si, pertença a que partido pertencer, professe a religião que professar, tenha a idade que tiver, adopte o estilo de vida que adoptar.
Ficam por isso excluídos, a partir deste momento, qualquer tipo de favorecimento, partidário, familiar, cunhas, pedidos, numa palavra “conhecimentos”, porque vamos todos, a partir de agora, ficar a conhecermo-nos uns aos outros..
Maçanicos, agora que fui eleito Presidente – não se esqueça é você que também está a dirigir-se a eles!! – tudo farei para desenvolver as potencialidades do meu concelho, a começar pelas riquezas naturais, iniciando, desde já, os contactos com a população do Chão do Brejo/Castelo, para conseguirmos ir a tempo de alcançar os fundos comunitários que restam e converter a Serra do Bando no Parque Natural da Serra do Bando, na Grande Sala de Visitas do nosso concelho transformando-a num dos nossos principais motores económicos, nomeadamente, pela rápida criação de muitos postos de trabalho dadas as diversas áreas que para ali serão chamadas a intervir como sejam, restauração, agricultura, artesanato,serviços,saúde, ensino, etc. Tal passará pela recuperação da aldeia existente e construção de raiz de um Hotel da Serra em moldes já aqui largas vezes abordado, entre outras apostas (é uma crónica, não se esqueça!)
Nesse sentido, a Câmara Municipal deixará de servir como fonte empregadora e, sobretudo, geradora de injustiças ao pagar com empregos os votos obtidos nas urnas durante tantas décadas. Acabaram-se os medos.Todos serão precisos.
Maçanicos, agora que fui eleito Presidente, tudo farei para redinamizar o nosso Centro Histórico, iniciando, desde já, um plano de conversações para saber quem é quem no que aos proprietários dos imóveis abandonados diz respeito e com base na mais recente legislação do nosso governo, definiremos um plano de reabilitações. Aquilo que alguns chamaram a nova Central de Camionagem, o chamado Auditório, será reformulado no seu aspecto exterior por forma a atenuar o desenquadramento para que a “pallete de modernice” bacoca convoca. O Posto de Turismo será, de facto, um posto de turismo e não um estabelecimento de florista, com muito respeito por quem lá está e a polémica escultura de homenagem ao Pe Figueiredo bem como a reposição daquele espaço como património edificado, verdadeiramente dedicado a um memorial digno do ilustre latinista, repondo, assim, a continuidade da rua, serão outras das realidades.Tudo faremos, ainda, para dialogar com todos os proprietários, invertendo a lógica da caça à multa e às pequenas taxas para pequenas obras, incentivando, antes, os moradores, da sede da vila e aldeias do concelho, para que as promovam dando delas, apenas, prévio conhecimento.
Ficam, por isso, excluídas quaisquer obras de construção que visem alterar o bilhete de identidade herdado de nossos pais. Nesse sentido, todos os proprietários que contribuíram para a edificação dos vulgarmente chamados mamarrachos, nomeadamente, no Largo do Cineteatro, Rua de Stº António, e não só, serão chamados à Câmara para a definição de uma solução que reponha o velho traçado do nosso património edificado.
Maçanicos, a partir hoje, todas as reuniões da Câmara passarão a ser semanais, depois do horário de trabalho e com períodos dedicados à intervenção do público que assim poderá nelas participar.
Quero, para terminar, pedir desculpa por 35 anos de um poder que vos ignorou, sim, mas para quem agora peço a vossa máxima compreensão. Vamos mostrar como se utiliza o poder, desde logo, para lhes perdoar e mostrar-lhes não só como se deve fazer mas, sobretudo, que se juntem a nós para também fazerem.
Maçanicos, quero ser um Presidente inteiro e a tempo inteiro. A minha única empresa sois vós. Ajudai-me a conseguir para Mação, finalmente, a arrumação que a nossa terra merece.Muito obrigado.
MAÇÃO – Nascer do sol…
antónio colaço