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Vozes Livres de Mação

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Vozes Livres de Mação

Vozes Livres de Mação

29
Mar06

Eleições no PS Mação

vozeslivresmacao

O PS Mação vai mais uma vez a eleições, através do VOTO SECRETO para eleger o seu Presidente da Comissão Politica, existindo neste momento uma grande azáfama para a constituição de listas.


Sou militante do PS em Mação há 10 anos, e que me lembre, nunca nesta concelhia foram a sufrágio mais do que uma lista. Significava isto que os militantes se reviam nas várias Comissões Politicas eleitas, ou, os que não se reviam também não disponham de apoios suficientes dentro do partido para a formalização de uma lista, ou seja, eram uma minoria que nem condições tinha para formalizar uma lista.


No próximo dia 31 de Março, ao que tudo indica, irão a sufrágio duas listas, onde os militantes socialistas vão ter de escolher uma para presidir aos destinos do PS Mação nos próximos dois anos. As duas listas são encabeçadas pelo António Reis e pelo Nuno Neto, dois camaradas que têm em comum gostarem de Mação, e que têm como objectivo serem OPOSIÇÃO ao PSD de Saldanha Rocha e à Lista de Independentes que comanda os destinos da Junta de Freguesia de Mação, porque estes são os verdadeiros adversários políticos do PS Mação, foram estes que ganharam 5 Juntas de Freguesia, a Câmara e a Assembleia Municipal ao PS, é certo, que existe ainda a CDU, mas este não elegeu nenhum elemento nas eleições de 9 de Outubro, como tal nos próximos dois anos não é considerado para o efeito.


Nas últimas eleições autárquicas alguns dos elementos que formaram a Lista de Independentes à Junta de Freguesia de Mação, eram no momento e são ainda militantes do PS Mação, estamos perante militantes traidores ao Partido Socialista que contribuíram para a derrota do PS Mação à Junta de Freguesia de Mação.


Estes militantes têm processos disciplinares que estão a decorrer, acontece que no momento não há nenhuma decisão em relação a estes processos, não se sabe se foram engavetados e lá ficarão no tempo ou outra coisa qualquer. Em todo o caso, convêm lembrar que em casos semelhantes a pena aplicada a militantes traidores tem sido a expulsão do Partido, o que em meu entender é o mínimo.


Enquanto militante socialista sinto que o PS Mação pode neste momento ser objecto de um “Golpe de Estado” se qualquer uma das listas apresentar na sua composição elementos que em 9 de Outubro de 2005 concorreram contra o PS.


Perante esta realidade, entendo que o problema deve ser posto à Federação Distrital do PS para que esta situação não aconteça.


Se por qualquer motivo, esta situação se vier a verificar e um dos militantes traidores seja eleito para a Comissão Politica Concelhia do PS Mação, entendo que não tenho mais condições para continuar a desempenhar as funções para as quais fui eleito pelo PS Mação.


 


Luís Sérgio Silva

29
Mar06

PERDOAI-LHES SENHOR, POIS EU JÁ OS PERDOEI

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Há relativamente pouco tempo, inscrevi-me como irmão da Santa Casa da Misericórdia de Cardigos. Ao preencher o impresso, ou seja, a ficha de adesão, tinha que ter 2 irmãos proponentes, que foram: o Senhor Augusto Mateus e Maria do Rosário Cavalheiro Tavares, ambos da Pracana e pessoas honestas e com alguma estima lá no sítio.


Como prevê os estatutos da Misericórdia, a proposta teria que ir a votação, nomeadamente, numa das reuniões da Mesa Administrativa da SCMC, o que aconteceu no passado dia 10/03/2006. Como reunia os requisitos necessários e previstos nos estatutos desta Instituição, lá foi a proposta votada.


A votação por escrutínio secreto, com 7 votantes deu o seguinte resultado: 1 voto a favor, 5 contra e 1 em branco. Não tenho nada contra a opinião das pessoas e respeito a mesma, contudo, é minha opinião, que quando se vota contra deveria ser explicado o/ou motivo/s de tal decisão.


A mesa Administrativa da SCMC, é constituída, quase na sua maioria, por elementos do PSD, sendo que a Digníssima Provedora é a Secretária da Junta de Freguesia de Cardigos, o Senhor Carlos Leitão é o Tesoureiro e o Senhor Vitor Fernandes, Deputado na Assembleia de Freguesia. Reconheço, que não seria muito aliciante, admitirem como Irmão um elemento que andou pelo PSD, sendo até, Presidente da Assembleia de Freguesia de Cardigos, durante 3 anos. Não perdoaram a minha mudança para o PS, (é esta a minha opinião).  Também sabem, que não iria ser um elemento/irmão, muito fácil de digerir, pois luto e sempre lutarei, pela justiça, lealdade, dignidade, verdade e pelo bem estar das pessoas nesta sociedade em que vivemos, nomeadamente, neste caso, os Cardiguenses.


Dos 5 elementos que votaram contra a minha admissão, possivelmente, 3, não me conhecem, não têm nada contra mim, são apenas influenciáveis ou deixam-se manipular por pessoas, que no seu interior paira o ódio, a vingança e a guerra, (é pelo menos esta a minha opinião), embora não me compete a mim nem tenho capacidades para conhecer o interior das pessoas. O mundo está hoje, gravemente doente e, a meta para a PAZ e CONCÓRDIA, é cada vez mais difícil de atingir.


Não sou assassino, criminoso, vigarista ou corrupto, sou um ser humano normal, com defeitos e virtudes, (como muitos de nós), acredito na verdade e sei que um dia me darão razão! DEUS, fará sempre justiça, porque só Ele é Justo, Puro e Leal. Para que possam reflectir, termino com um recado: estou disposto a levar este assunto às mais altas instâncias, nomeadamente, União das Misericórdias Portuguesas e Centro Regional de Segurança Social de Santarém, quero apenas que me expliquem o motivo de tal exclusão.


 


Em 27/03/2005, envio uma carta à Santa Casa da Misericórdia de Cardigos, a qual passo a transcrever:


Exma. Senhora


Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Cardigos


Catarina de Fátima da Silva Louro Pequito


C/C a todos os elementos da (Direcção), Exmos. Senhores David Dias, Vítor Fernandes, Francisco José, Luís Lopes, Carlos Leitão e Isidro


 


Em resposta ao Ofício nº 37/06, datado de 14 de Março de 2006, sobre a proposta de admissão a Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Cardigos, o signatário proponente requer seja marcada uma reunião com todos os sete elementos da Direcção (Mesa Administrativa) e os outros dois proponentes, Exmos Senhores Augusto Mateus e Maria do Rosário Cavalheiro Tavares, com o seguinte fundamento:


Em 10 de Março de 2006, de acordo com o teor do ofício supra mencionado a Mesa Administrativa, em reunião ordinária, votou a proposta de admissão a Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Cardigos, indeferindo-a com um voto a favor da admissão, cinco votos contra e um voto em branco.


Esta deliberação foi notificada ao ora signatário sem que tenha vindo devidamente fundamentada.


De facto, parece ao signatário que, elaborada a declaração de compromisso pelo proponente e estando preenchidos todos os requisitos enunciados nas alíneas a) a e) do disposto no artº 7º do Compromisso da Irmandade da Misericórdia, apenas fundamentadamente poderia a Mesa Administrativa apreciar negativamente a proposta apresentada, fundamentação esta que não foi feita nem sequer notificada.


Pelo exposto, reitera-se o pedido de marcação, com a maior brevidade possível, de uma reunião com todos os elementos da Mesa Administrativa.


Apresento os meus melhores cumprimentos, na certeza que este pedido terá de Vª. Exa a maior atenção.


 


Pede deferimento


Nota: Na presente data foi enviada cópia da mesma aos dois irmãos proponentes.


Vítor Tavares Silva

23
Mar06

Centrais Termoeléctricas a Biomassa

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Mapabiomassa.jpg


Link: http://www.dge.pt/main.asp


Por despacho do Senhor Secretário de Estado Adjunto da Indústria e Inovação, foram abertos os seguintes concursos para atribuição de capacidade de injecção de potência nas redes do sistema eléctrico de serviço público e pontos de recepção associados para energia eléctrica produzida em centrais termoeléctricas a biomassa florestal nos seguintes distritos:


1.       Distrito de Vila Real, Concelho de Valpaços, até 11 MVA


2.       Distrito de Vila Real, até 2 MVA


3.       Distritos de Viana do Castelo e Braga, até 10 MVA


4.       Distritos de Viana do Castelo e Braga, até 5 MVA


5.       Distrito de Vila Real, Concelho de Alijó, até 11 MVA


6.       Distritos de Castelo Branco e Guarda, até 2 MVA


7.       Distrito de Bragança, até 2 MVA


8.       Distritos de Viseu e Guarda, até 10 MVA


9.       Distrito de Viseu, até 5 MVA


10.   Distritos de Castelo Branco e Coimbra, até 3 MVA


11.   Distrito Castelo Branco, Concelho da Covilhã, até 10 MVA


12.   Distrito de Castelo Branco, Concelho da Sertã, até 10 MVA


13.   Distrito de Portalegre, até 10 MVA


14.   Distrito de Santarém, até 6 MVA


15.   Distritos de Beja e Faro, até 3 MVA


 


Onde está Mação neste mapa de Centrais Termoeléctricas a Biomassa? Fomos mais uma vez ultrapassados, primeiro foi a Central de Mortágua que era para ser implantada em Mação, já lá vão uns anos, e agora não constamos no mapa das 15 Centrais. No entanto existe ainda uma possibilidade bastante remota, mas possível, que passa por escolher um local na Freguesia de Cardigos, uma vez que a ligação é possível até 20 km de distância da Subestação de Sertã, concelho da Sertã.


O Presidente da Câmara de Mação afirma ter uma parceria publico/privada com a ENERVENTO para a implementação de uma Central na Freguesia de Mação, coisa que o autarca da Sertã não tem, sendo assim mude-se a localização do investimento para Cardigos. Se tal não acontecer, sou levado a pensar que o Dr. Saldanha Rocha anda a fazer Bluff, ou seja, já sabia que Mação não estava no mapa das 15 Centrais, e por isso afirmou ter uma coisa que não tinha, para depois poder dizer que foi o Governo que lhe cortou as pernas. Neste tipo de números circenses o Senhor ou o seu Professor são muito bons de facto. Com esta tirada vai com certeza arranjar mais uns votos, afinal de contas é a “vitima” como sempre, mas na prática e mais uma vez o resultado é ZERO para o Concelho de Mação.


 


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Luís Sérgio Silva

14
Mar06

Internacionalização da Marca

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Os industriais de carnes de Mação querem certificar os presuntos e enchidos da região, para conquistar novos mercados e enfrentar a concorrência estrangeira. A produção do concelho representa 70 por cento do total nacional.


O objectivo é reforçar a posição no mercado nacional com “um produto de excelência” e partir à conquista de novas oportunidades de negócio, em países até agora pouco explorados, como os da “Europa do Norte, os PALOP e o Brasil”, refere Fernando Monteiro, porta-voz dos empresários.


Acarinhada e incentivada pela Câmara Municipal, a cura do presunto é uma tradição secular em Mação e um dos principais sectores de actividade do município. Agora é preciso apostar na união e na certificação, por forma a atingir outros patamares.


Para começar, os industriais formaram uma associação. O passo seguinte será dado com a criação de uma imagem de marca. “Os parâmetros de qualidade estão definidos. Falta determinar a marca, o logotipo e começar a fazer passar a mensagem”, adianta Saldanha Rocha, presidente do município.


De acordo com o autarca, os industriais de carnes de Mação “importam todos os anos oito mil toneladas de perna para curar” e facturam perto de 40 milhões de euros.


Nos enchidos, além do paio do lombo, do paínho e da morcela, destaca-se o maranho. “É o concelho que mais quilos de maranhos produz.”


Saldanha Rocha não tem dúvidas quanto à qualidade destes produtos. No entanto, está consciente das exigências do mercado global e empenhado em ajudar os empresários a afirmarem-se pela via da qualidade. “Vamos convidar entidades credíveis para nos ajudarem e espero que o processo de certificação esteja concluído até ao final do ano”, concluiu o autarca.


ESPANHÓIS ENSINAM AS TÉCNICAS


A indústria de transformação de carnes emprega perto de 300 pessoas no concelho de Mação, que estão distribuídas pelas nove principais empresas. Cinco são grandes empresas, duas médias e duas são pequenas, informou o presidente da Câmara Municipal, Saldanha Rocha. Para os auxiliar no aperfeiçoamento do processo de produção de presunto, a autarquia promoveu uma visita a Guijuelo, uma localidade espanhola que vive essencialmente deste tipo de actividade. “Foi importante ver como eles trabalham, como se organizam e a forma como fazem a certificação e a divulgação do produto”, disse Fernando Monteiro, veterinário municipal e porta-voz dos industriais de Mação.


O presunto de Guijuelo tem Denominação de Origem desde 1986 e é produzido por 72 empresas certificadas. Segundo Fernando Monteiro, só esta região produz “30 a 40 vezes mais presunto que Portugal inteiro”.


Francisco Pedro, Leiria (Correio da Manhã)


 


Produtos Tradicionais Portugueses - Produção e comercialização


Os produtos tradicionais portugueses respondem a todos os requisitos actualmente colocados pelos consumidores, mantendo-se orgulhosamente fiéis às matérias-primas e aos ingredientes e auxiliares que lhes reforçam sabores e aromas. E, não obstante, verificarem-se adaptações nos processos de fabrico - perfeitamente aceitáveis, senão desejáveis - os produtos tradicionais portugueses têm a vindo a granjear tal reputação que são mesmo conhecidos pelos seus nomes.


Os produtos tradicionais portugueses respondem, a todos os quesitos actualmente colocados pelos consumidores, porquanto: têm uma origem conhecida e comprovável, não só pelas indicações constantes da rotulagem, mas também através do sistema de controlo apropriado a que se sujeitam; têm uma “qualidade” específica, diferenciada e ligada à sua origem geográfica e ao saber fazer tradicional que, a muitos deles, já permitiu o reconhecimento nacional e comunitário; as suas características sensoriais (gosto, aroma, textura, suculência, tenrura, etc.) afastam-se absolutamente dos produtos correntes no mercado globalizado, onde todos os produtos correspondem a padrões “mundiais”, tentando agradar a um consumidor-padrão, que ninguém sabe quem é nem quem representa; as matérias-primas com que são produzidos são obtidas a partir de raças e variedades autóctones ou, pelo menos, muito bem adaptadas região de produção, o que assegura não só o respeito pela biodiversidade mas, também, o respeito pelas boas práticas agrícolas, sustento e protecção de um ambiente saudável; os ingredientes usados são todos eles naturais e as técnicas de produção são as ancestrais, desde a alimentação e maneio dos animais, até às operações tecnológicas de corte, salga, fermentação, cura, fumagem, secagem ao ar ou ao sol, conhecidas e usadas desde tempos imemoriais; são objecto de acções específicas de controlo em todas as fases do seu ciclo produtivo, desde as matérias-primas até aos locais de venda, passando pelos circuitos de transporte, armazenagem, fabrico, maturação ou pelas fase de ordenha, abate, desmancha, acondicionamento, etc., consoante o necessário para verificar o cumprimento integral das disposições do respectivo Caderno de Especificações, cuja análise e aceitação estiveram na base do reconhecimento de seu nome e respectiva protecção jurídica; São seguros, na medida em que desde há séculos uns, há dezenas de anos outros, se mantêm no mercado, agradando aos seus consumidores e contribuindo para uma alimentação sã e equilibrada. Mas, e muito curiosamente, os produtos tradicionais portugueses mantêm-se orgulhosamente fiéis às matérias-primas e aos ingredientes e auxiliares que lhes reforçam sabores e aromas, citando-se como exemplo, o uso em doses “imoderadas”: Para os queijos, do leite cru – sempre que possível, das raças autóctones - e do cardo ou do coalho animal; para os enchidos e presuntos, da carne de porco alentejano ou a carne de porco bísaro, do alho, da massa de pimentão ou do colorau e do vinho- branco ou tinto, consoante os usos. Alegremente combinados com o uso de tripa natural para os enchidos e ensacados e com as lenhas de azinho e oliveira, fornecedoras de uma fumagem lenta e cuidadora, proporcionadora de aromas únicos e ancestrais; para os azeites, das variedades tradicionais portuguesas, como a Galega, a Verdeal, a Cordovil, a Cobrançosa, a Lentisca, a Verdeal Transmontana e a Madural, que estão na base da sua tipicidade e dos seus “gostos” genuínos; para as frutas, das variedades autóctones ou muito bem adaptadas, sendo exemplo das primeiras a Rocha para as pêras do Oeste e Esmolfe para as maçãs.


“velhos produtos” e “modernas técnicas”


No entanto também se verificam adaptações nos processos de fabrico, que permitem sobretudo minorar a penosidade de certas tarefas ou aumentar a vida útil dos produtos. Como exemplo, podem ser referidas a colheita e a ordenha mecânica, prensagem de queijos, o corte mecânico de carnes, a conservação prolongada pelo frio, a apresentação de queijos e produtos à base de carne em pedaços ou fatiados, desde que pré-embalados na origem, etc. Estas e outras adaptações são perfeitamente aceitáveis, senão mesmo desejáveis.


O seu limite é a manutenção da genuinidade dos produtos. Enquanto não forem alteradas os processos e os ingredientes que, de facto, contribuem para a especificidade e tipicidade dos produtos, é desejável a modernização dos processos produtivos. Mas, curiosamente, também noutras áreas se verifica a compatibilidade possível entre os “velhos produtos” e as “modernas técnicas”. Siglas e referências como HACCP, ISO 9000, EN 45 011 e outras, acreditação, certificação de empresas, etc., etc., começam a ser linguagem corrente entre o mundo dos tradicionais. E não nos deveríamos espantar com tal já que estamos a falar de produtores com uma enorme experiência produtiva que, senão tivessem as suas empresas organizadas, os seus sistemas da qualidade implementados, os seus provadores credenciados, os seus fornecedores de matérias-primas e serviços acreditados, as suas técnicas para evitar os pontos críticos nas suas empresas, não teriam subsistido ao longo dos tempos.... com os resultados que ainda hoje estão à vista, com milhares de clientes fidelizados. Questão diferente é serem capazes de evidenciar toda esta parafernália de sistemas, técnicas e documentações de suporte para contentamento de algumas regulamentações, quanto vezes desajustadas das realidades e dimensões das nossas pequenas empresas. Mas não devemos dúvidas sobre a capacidade humana e a persistência dos nossos produtores. Quem produz com qualidade e segurança, saberá sempre agradar aos consumidores e evidenciará que a qualidade e a segurança não acontecem por acaso, mas que resultam sempre de um trabalho inteligente. É esta a razão pela qual, ao longo de décadas, senão mesmo de séculos, pela forma local, leal e constante com que são produzidos, os Produtos tradicionais Portugueses têm vindo a granjear tal reputação que são mesmo conhecidos pelos seus nomes, já actualmente com estatuto europeu de protecção Este estatuto europeu não se consegue sem grande esforço e sem demonstrar, de facto, que por detrás de cada nome (geográfico, ou assimilado), está um produto: que tem uma produção real e efectiva (embora a quantidade não seja relevante); que tem uma história, uma reputação e uma notoriedade; que tem modos de produção locais, leais e constantes ao longo dos tempos; que tem características qualitativas intrinsecamente ligadas à região ou local onde tem a sua origem; ou, que tem reputação ou qualidades atribuíveis a tal origem geográfica.


Face ao exposto, julgo ser fácil deduzir que a protecção de um nome geográfico: não estão ao alcance de qualquer produto, só pelo facto de ser produzido num dado local; não é “atribuída”, sendo, pelo contrario, apenas formalmente reconhecidas, já que o seu uso constitui uma prática corrente e um dado histórico; não resulta de uma estratégia comercial (por tantos hoje tentada), de adicionar indevidamente ao nome do produto, o nome da terra onde é fabricado, confundindo o consumidor.


Pese embora o facto de, ao nível da legislação em vigor, os nomes de diversos Produtos Tradicionais Portugueses estarem protegidos contra as utilizações abusivas, contra a concorrência desleal e contra a exploração da sua reputação, o que é facto é que ainda se assiste a toda uma série de atropelos, não tanto contra os nomes protegidos mas contra o consumidor, fazendo-o crer que produtos sem quaisquer características de qualidade ligadas a uma origem ou a um modo de produção, são dos “bons”, dos “legítimos”, dos “verdadeiros”. O uso imoderado de nomes geográficos em produtos que nada têm a ver com a região onde são meramente fabricados, de qualificativos sonoros como “fumeiro tradicional”, “produto caseiro”, “receita da avó”, “tipo alentejano”, “tipo beirão” , “serrano”, “especialidade típica”, “produto tradicional” etc., são práticas comerciais quase sempre abusivas, que lesam produtores e consumidores. Para tentarem marcar uma diferença nítida em relação aos “falsos produtos tradicionais”, os legítimos Produtos Tradicionais Portugueses apresentam-se comercialmente: devidamente rotulados, indicando explicitamente o Nome e a Denominação a que têm direito (DOP ou IGP); com uma marca de certificação, numerada, que garante que o produto foi submetido a uma sistema de controlo ao longo da sua fileira produtiva e que pode ser rastreado até à sua origem; com o logotipo comunitário (cujo uso é, no entanto, facultativo) que pode, apenas, ser utilizado pelos produtores expressamente autorizados para o efeito.


Ana Soeiro


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