22
Fev10
DIZER BEM
vozeslivresmacao
Longe de mim querer arvorar-me no Mário Crespo de Mação e o simples facto de convocar a ilustre figura faz-me abrir o flanco para nova e continuada série de soezes, perdão, delicados ataques.
Explicando melhor, alguém me confidenciou que num estabelecimento público de Mação, alguém – não, não, ao contrário do Crespo não darei nenhum indício, não levantarei nenhuma pontinha do véu, o que quer que seja que ajude à multiplicação da maçanica coscuvilhice – afirmou que eu e uma outra pessoa, exactamente, a portadora da notícia – o que garante a autenticidade da dita – e passo a citar “passam a vida a dizer mal do senhor presidente da Câmara”!
Foi então que caí em mim e que, de uma vez por todas, disse para comigo mesmo, está na hora, ao fim destes anos todos, de dizer bem do “senhor presidente da Câmara”. E não contente com isso, fazer uma proposta como prova provada da minha boa fé.
Renego, por isso, os milhares de caracteres que aqui dediquei a criticar o senhor presidente da Câmara pela sua falta de atenção ao Centro Histórico. Ou seja, quero aqui homenagear o senhor presidente da Câmara, por deixar cair as velhas casas, uma a uma, assim, proporcionando aos seus proprietários que fiquem expostos a ridículo pelas malfeitorias que estão a fazer. Senhor presidente, desculpe-me, mas se quiser aceite a minha sugestão, coloque um grande taipal nas frontarias de cada uma das casas a dizer simplesmente “Eu não tenho nada a ver com isto!”
Renego, também, as críticas às alterações das casas que o senhor presidente da Câmara recuperou e, se quiser, aceite a minha sugestão, em vez de ter subido a sua alegre casinha da Rua de Sto António, de rés-do-chão para um humilde terceiro andar, suba mais uns três, meia dúzia, prontos, sempre fica um lindo miradouro sobre a vila e, creio que o senhor presidente até passará a convidar-nos a todos, independentemente da cor partidária, para a visitar e, de seguida, lá comermos uns aperitivos das suas tão criativas lojinhas de estimação.
Renego, também, todas as críticas à sua timidez, ao seu estar por casa/lojas, e reafirmo que é com um crescente gosto que quase todos os dias, agora, tomo o café com o senhor presidente, nos cafés, nas tascas, comento as notícias e, até, vou dando algumas dicas para uma cada vez melhor governação autárquica de proximidade.
E para que não restem dúvidas e como prova da boa fé que me anima, aqui vai uma proposta para uma novo e mais arejado urbanismo, pela redecoração da nova obra prima situado no Largo do Cineteatro, com a qual presto, também, justa e reconhecida homenagem a todos os homens das gravuras rupestres que ali bem ao lado têm a sua sede e na qual tudo têm feito para a dignificação da crescente ruína em que nos vamos tornando. Ruínas que são, afinal, a nossa mais valia turística. Uma realidade que durante anos me recusei aceitar mas perante a qual, agora, sinceramente arrependido, me curvo, senhor presidente.
PS – Qualquer semelhança com a realidade é mera….
antónio colaço